BAIRRO DO QUILOMBO
Com altitude média de mais de mil e quinhentos metros, situada no cone leste paulista, nos contrafortes da Serra Mantiqueira, a Estância Climática de São Bento do Sapucaí tem aproximadamente 10.000 habitantes a 185 km da capital e abriga o Bairro do Quilombo.

Conta-se que os escravos refugiaram-se e instalaram-se nesta região há aproximadamente 200 anos atrás, mas ainda não existe registro formal comprovando esse fato. Os Quilombolas construíram uma igreja, como era de costume na época, e esse templo foi apropriado pela Igreja Católica que tomou posse de parte da região do entorno da igreja. Assim, os quilombolas tiveram que dividir as terras com a igreja e o fizeram pacificamente.
Atualmente a comunidade é miscigenada, mas as heranças da cultura permanecem e podem ser observadas no artesanato - que possui fortes referências históricas dessa época. Um exemplo disso é a palha da bananeira, comumente usada nos Quilombos.
O bairro é um reduto de artesãos, que encontraram na arte sua atividade principal e dependem do ofício para sobrevivência - assim como toda a cadeia extrativista proveniente das demandas do artesanato. Portanto, a comunidade e sua identidade étnica devem ser preservadas.
ARTE NO QUILOMBO
Fundada em 2004 e constituída juridicamente como associação em abril de 2009, a Associação dos Moradores e Artesãos do Bairro do Quilombo conta com a participação de 75 artesãos que estão envolvidos no processo de criação das peças há mais de 25 anos.
Atualmente, a unidade produtiva “Arte no Quilombo” é um espaço para artesanato de raiz e de preservação da cultura quilombola remanescente. A partir de materiais encontrados na natureza - como palha da bananeira, palha do milho, madeira, argila e fibras – os artesãos desenvolvem um trabalho artístico rico e variado, que alimenta a convicção de que suas ações constituem um poderoso acervo para transformações sociais.
Dessa forma, o espaço “Arte no Quilombo” tem como proposta:
1 - Aplicar os conceitos de sustentabilidade e o manejo correto da matéria-prima, respeitando as técnicas de extração tradicional;
2 - Fomentar entre os moradores e artesãos o espírito de solidariedade;
3 - Oferecer aos artesãos a chance de serem os protagonistas de seu desenvolvimento artístico e econômico e, assim, promover sua efetiva geração de renda e autonomia;
4 – Preservar o patrimônio imaterial por meio de iniciativas que permitirão aos mestres do saber transmitir seus conhecimentos aos mais jovens;
5 – Difundir e promover o comércio justo e a economia solidária.